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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Literatura e leitores: os livros e seus temas !


Aqui apresentam-se estudos que abordam a questão da literatura na escola, no ambiente sociocultural e na aprendizagem.

O desenvolvimento da linguagem escrita da criança depende de sua convivência com as práticas de linguagem no seu cotidiano, construindo socialmente o discurso oral, sobretudo de narrativas, fundamentais no processo de letramento.

No cotidiano escolar a integração de registros orais e escritos são ferramentas importantes que facilitam a aprendizagem de nossos alunos, cabe, portanto, ao professor desfazer amarras quanto à forma de lidar com a literatura e com livros escolares, através da literatura podemos desenvolver um trabalho de reflexão sobre a diversidade cultural e o papel social no âmbito escolar.

No processo de letramento as narrativas de criação popular como as fábulas, contos, parábolas, mitos lendas..., seguem uma seqüência lógica, prendendo as crianças ao imaginário, pois vem sendo contados e recontadas em casa e na escola.

Os gêneros propiciam uma leitura prazerosa e ao mesmo tempo crítica e reflexiva, alterando o íntimo de cada indivíduo. A manutenção desses textos na sociedade atual, bem trabalhados em todos os seus aspectos, exercem fascínio tanto na mente das crianças quanto na dos adultos, emancipando a personalidade das crianças, possibilitando-lhes conhecer melhor seus impulsos e emoções à medida que se desenvolvem como pessoas.

O universo literário de forma implícita ou explicita, traz perguntas que transformam em idéia um conjunto de conhecimentos, uma forma de ver e de sentir o mundo. O texto literário aflora discussões que reforçam virtudes preenchendo inquietações individuais de épocas diferenciadas.

É por isso que uma obra literária, por mais antiga que seja, ainda surpreende os leitores, aventurar-se com nossos alunos nessa experiência vale a pena, pois será possível atualizar relações entre o passado e o presente.

Assim é um texto, “nasce de outros discursos” e se conclui como um espaço de interação entre inúmeras formas de experiência humana, onde todos os caminhos do conhecimento podem se entrelaçar é o ponto onde se dá a interseção da experiência do produtor e a do leitor.

Existem ainda outras preocupações, tais como, o uso do livro na escola, segundo Choppin (1992) há três maneiras freqüentes de usar o livro didático em sala de aula: o livro como arquivo de textos e propostas; o livro “de fio a pavio”; e, a escolha consciente e criteriosa, seja do livro, seja de partes e de outros impressos, para compor um projeto de ensino. Lembra ainda que o processo de escolha deve ser mais criteriosa, focando-se em uma meta central e na formação cidadã, avaliando-se discursos hegemônicos, de maneira a fazer seleções éticas de discursos abordando os textos e impressos, buscando-se também recursos contidos nos manuais, os para-didáticos, referenciais e edições escolares de clássicos.

O material didático deve desempenhar determinados papéis, essenciais a aula:

  • propiciar e orientar uma interação entre professor e aluno, em torno de um objetivo;
  • favorecer uma interlocução eficaz entre os envolvidos no processo;
  • promover aproximação entre os sujeitos permitindo representação adequada para o nível e o momento de ensino aprendizagem;
  • colaborar significativamente para os sujeitos envolvidos atinjam os objetivos estabelecidos para a situação em questão.

A escola deve apostar nos recursos audiovisuais, meios eletrônicos, e também nos tradicionais, sem esquecer da diversificação do aprendizado.

A pluralidade cultural presente em nossa moderna literatura infanto-juvenil chega aos nossos alunos através do texto literário de qualidade, que o leve a formulações de perguntas e indagações, a literatura é, portanto, ponto de partida para outras leituras, descobertas de outras situações cada vez mais inesperadas, deverá fazer pensar, questionar, decifrar e interrogar, é um instrumento de libertação. A leitura de bons livros nos dá argumentos para que não nos intimidemos, e criemos opiniões a serem discutidas, contemplando-se assim grupos sociais diversos de etnias e culturas diferentes, desenvolvendo cidadãos críticos e responsáveis.

Atualmente os livros destinados às crianças e jovens apresentam uma imensa diversidade de temas e de gêneros textuais diversificados, assegurar esse contato os tornam aptos à leitura do mundo e da palavra exercitando plenamente a cidadania.

A família brasileira não tem clara a importância da TV no âmbito social, é essencial que se entenda que ela é forte aliada no processo de letramento, é necessário que nós, educadores, revelemos o que está por traz de programas assistidos pelos alunos, e necessário que se faça pensar em relação aos bastidores aguçando a imaginação e a curiosidade, interpretando criticamente o modo cultural e social em que vivem e possam contribuir para melhorias.

Mostrar as crianças que existem programas educativos excelentes, a importância das minisséries, apoiadas em livros de literatura e adaptadas para televisão.

O uso dessas maravilhosas máquinas criadas pela humanidade, que abusam de imagens e palavras não impedem que sejamos leitores, ao contrário enriquece o nosso olhar e imaginação.

Dentre tantas especificidades de como lidar com a literatura, com recursos didáticos, e finalmente a TV, nosso olhar pedagógico com certeza terá muitas faces, com flexibilidade o bastante para atender ao nosso alunado.

Literatura e leitores: os livros e seus temas

(Práticas de leitura e Escrita. Brasília 2006)

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